De acordo com dados da Serasa Experian, nem durante o começo da pandemia de Covid-19 no Brasil a quantidade de empresas que recorreram a pedidos de recuperação judicial para renegociar suas dívidas foi tão grande como neste começo de 2023.
A quantidade de empresas que solicitaram a medida atingiu o maior patamar dos últimos três anos ao longo dos primeiros seis meses deste ano. Segundo a pesquisa, o total de pedidos chegou a 593 entre janeiro e junho, uma alta de 52% em relação aos 390 requerimentos registrados no mesmo período de 2022.
O número tem um peso ainda maior neste ano, já que diversas grandes empresas que têm um impacto significativo na economia e sociedade brasileira entraram com o pedido de recuperação judicial, como foi o caso da Americanas, da empresa de telefonia Oi, da fornecedora de eletricidade Light no Rio de Janeiro e do Grupo cervejeiro Petrópolis. Apenas essas quatro empresas apresentam, juntas, dívida superior a R$ 100 bilhões.
Avaliando o segmento das empresas que entraram com pedidos neste ano, o setor de serviços teve a maior parcela dos requerimentos, com 261 no total, seguido de comércio (168), indústria (112) e setor primário (52). Analisando o porte das companhias, as micro e pequenas empresas lideraram o ranking semestral, com 63 renegociações, seguidas por médias empresas (26) e grandes companhias (3).
Entre os principais fatores acusados para as dívidas está o avanço da alta da inadimplência, o custo do crédito e o alto patamar de juros básicos da economia (taxa Selic) .
Outro número que cresceu neste primeiro semestre de 2023 foi o de pedidos de falências das empresas. Nos seis primeiros meses deste ano, foram registrados 546 pedidos, alta de 36,2% na comparação com o mesmo período de 2022, sendo o maior patamar desde 2019, quando o total chegou a 678 requerimentos.